Ressignificando a bagunça
Organização nunca foi algo muito constante na minha vida. A liberdade em posicionar tudo em qualquer lugar sempre foi presente em cada momento. Contudo, muitas vezes me via em situação de estresse por não poder ocupar os espaços com o que eu quisesse. Se eu tinha sono, precisava mover uma montanha de coisas que estava em cima da cama. Se eu tinha fome, precisava lutar contra as louças e achar algo limpo para tomar um simples leite com achocolatado. Eu sabia onde tudo se encontrava, não sou de perder muito meus objetos, contudo não podia usufruir dos espaços e objetos com plenitude.
Penso que talvez isso tenha sido fundamental para que eu desenvolvesse uma certa preguiça, pois era mais fácil desistir de fazer qualquer coisa, do que ter que enfrentar a bagunça e deixar o ambiente mais agradável.
Contudo, nos últimos tempos, eu percebi que observar a bagunça, me trazia uma ansiedade, por querer fazer algo legal e não conseguir superar as barreiras criadas com meus próprios objetos. Eu passei a me sentir culpada por toda a bagunça e sentia que não poderia fazer nada divertido, enquanto não estivesse tudo perfeitamente em ordem.
Como boa preguiçosa, resolvi que ia começar aos poucos. Tudo que é radical me assusta, parece impossível. Decidi que cada dia da semana eu ia arrumar um pedacinho da casa, e assim, poderia me sentir a consciência mais tranquila, por pensar que estava fazendo algo.
Pois bem, segunda feira ficou sendo o dia de arrumar o quarto, não é necessário fazer uma super faxina no quarto, mas ao menos escolher um pedaço e organizar. Decidi então que ia arrumar essa prateleira da foto, tirei tudo dela, limpei de devolvi os objetos. Foi algo muito simples. E percebi que somente por ter tirado e colocado de volta, os objetos ficaram menos bagunçados.
Sei que não ta perfeito, mas estou feliz com o que vejo, pois ao invés de ficar cultivando sentimentos ruins de ansiedade e frustração, resolvi dar um pequeno passo para o meu bem estar.

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